quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Deputada Iriny Lopes será ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A futura ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres, deputada Iriny Lopes (PT-ES), nasceu na cidade de Lima Duarte, em Minas Gerais, mas fez carreira política no Espírito Santo. Filiada ao PT desde 1984, ela integra a corrente Articulação de Esquerda e cumpre o seu segundo mandato como deputada federal. Em outubro, ela foi eleita para o seu terceiro mandato.
Na Câmara, Iriny Lopes teve atuação de destaque nas áreas de direitos humanos, políticas para as mulheres e minorias. Ela está em seu segundo mandato como presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. A futura ministra já integrou diversas comissões técnicas, parlamentares de inquérito e especiais, além do Conselho de Ética - onde foi relatora do processo que culminou na cassação do deputado André Luiz (RJ), flagrado tentando extorquir dinheiro do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
Iriny também foi relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Escutas Telefônicas Clandestinas, quando pediu o indiciamento do banqueiro Daniel Dantas.
A deputada já presidiu o PT no Espírito Santo e ocupou a vice-liderança do partido na Câmara dos Deputados.
Com a ida de Iriny Lopes para o primeiro escalão do governo, assume a vaga deixada por ela na Câmara, em fevereiro do próximo ano, o atual deputado Camilo Cola (PMDB-ES).

Edição: Lílian Beraldo
 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Gestores públicos se capacitam para prevenção da exploração sexual durante a Copa

Da Redação

Gestores públicos, representantes de conselhos e entidades nacionais e internacionais das 12 cidades-sede da Copa 2014 estão reunidos até esta quinta-feira, 7 de outubro, em Brasília para discutir a prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes no setor durante a Copa do Mundo. O encontro é coordenado pela Programa Turismo Sustentável e Infância (TSI), do Ministério do Turismo (MTur), e o Centro de Excelência em Turismo da Universidade de Brasília.

De Mato Grosso participam do encontro o secretário adjunto de Desenvolvimento do Turismo, Hélio Pimenta e o presidente do Conselho da Criança e do Adolescente de Mato Grosso, Benildes Aureliano Firmo. O evento é o ponto de partida para a segunda fase do Projeto de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo, lançado pelo MTur e CET/UnB no mês de março.

Este encontro será seguido de oficinas nas 12 cidades-sede do mundial e na subsede João Pessoa. A meta é mobilizar 390 agentes multiplicadores dos setores público e privado por meio de 13 oficinas e desenvolver uma matriz de responsabilidade para a prevenção da exploração sexual de crianças e adolescentes na Copa do Mundo de 2014.

O Projeto de Prevenção à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Turismo já formou 163 multiplicadores em todo país. As ações propostas envolvem os setores público e privado, especialmente os profissionais e empresários do setor turístico.
Uma pena que o CEDM-MT tenha ficado de fora

terça-feira, 21 de setembro de 2010

MULHERES EMpoderADAS, será?

Durante a reunião ordinária do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDM-MT), soube que Dra. Denise Borralho, Procuradora do Estado e candidata a uma vaga de Ministra do Superior Tribunal Justiça (STJ) foi sabatinada no dia 12/09, mas infelizmente teve apenas 3 votos junto aos conselheiros federais da OAB Nacional.
É bom frisar que a Dra. Denise contava com o apoio Dr. Claúdio Stábile, atual Presidente da OAB/MT, que recomendou seu nome junto aos conselheiros federais.
O outro candidato, Dr. Elarmim Miranda, apesar de não ter obtido apoio oficial do atual presidente da OAB-MT, articulou em Brasília sua candidatura e ganhou com de 25 votos.
Das 18 indicações para as 3 vagas do STJ, todos os escolhidos foram homens.
É voz corrente no meio jurídico que o Dr. Elarmim Miranda contou com o apoio do ex-Presidente da OAB-MT, Dr. Francisco Faiad.
Mais uma vez uma mulher é patrolada por forças políticas e/ou partidárias. Digo isso porque Denise sempre foi uma excelente profissional, com amplo conhecimento técnico, capacitada e além de tudo, militante na defesa das mulheres. Denise já pertenceu ao Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, fez parte da Comissão da Mulher da OAB-MT e é associada da Associação Brasileira de Mulheres de Carreira Jurídica, Comissão de Mato Grosso.
Uma mulher quando se candidata a ocupar um cargo que depende de indicação política já entra na disputa em desvantagem. Isso é fato! Não é criação das nossas cabeças...
Assistimos a pouco uma parlamentar detentora de um currículo riquíssimo e extremamente atuante, ser preterida em detrimento de um colega de partido.
Como explicar então, termos duas mulheres concorrendo ao mais alto cargo da nação, sendo que uma delas com chances reais de vencer?
Essas mulheres têm história, competência e respaldo da cúpula de seus partidos (composta em sua maioria por homens), além de outras conjunturas favoráveis (provavelmente os seus partidos não tinham nomes melhores para lançar), de mais a mais, nesta disputa vale o voto de todos brasileiros e todas as brasileiras indistintamente.
Será que nós não sabemos nos articular? Ou será que temos mais ética? Ou mais respeito pelo próximo? Ou nos conformamos mais facilmente com a derrota? Ou somos menos competitivas? Ou não sabemos jogar baixo? Ou não fazemos pacto com Diabo? Ou não somos tão organizadas?
Gostaria de entender o que acontece com nós mulheres quando um episódio como este, tem o desfecho que teve e permanecemos apáticas, situações como esta nos anestesia de tal forma que ficamos sem ação.
Quebrando um pouco este marasmo fica aqui registrado o meu lamento por todas as mulheres competentes, capacitadas, inteligentes, batalhadoras, éticas, etc., etc., que já pleitearam um cargo que dependiam de indicação política e foram preteridas.

Tânia Regina de Matos
Vice do CEDM-MT
Diretora da ABMCJ-MT
Defensora Pública do Estado de Mato Grosso

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ministério da Justiça edita norma técnica de padronização das DEAMs

Brasília, 09/09/10 (MJ) - O Ministério da Justiça (MJ), por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), lançou a edição atualizada da Norma Técnica de Padronização das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAMs), na segunda-feira, 13 de setembro, em Brasília. Elaborada em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República, o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Secretarias Estaduais de Segurança, Polícias Civis e movimentos sociais, a publicação tem como objetivo propor a uniformização das estruturas e procedimentos das unidades policiais que registram crimes cometidos contra a mulher.

A iniciativa divulga informações sobre diretrizes das delegacias, formação dos profissionais que atuam na área e princípios de atendimento e acolhimento à mulher em situação de violência doméstica e familiar. Também trata das novas atribuições das unidades policiais em conformidade com a Lei Maria da Penha, procedimentos penais e medidas projetivas.
Foram impressos dez mil exemplares para serem distribuídos nas 475 Delegacias ou Postos Especializados de Atendimento à Mulher, nos Centros de Referência da Mulher e nos Juizados de Defesa da Mulher. A publicação é voltada aos profissionais das delegacias de mulheres, que participaram do processo de discussão e validação da Norma Técnica.
Atribuições das DEAMs
A Lei determina que, além de instaurar o inquérito, as autoridades policiais devem garantir proteção policial, quando necessário, comunicando o fato imediatamente ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. Determina, ainda, que o pessoal da delegacia deve encaminhar a mulher aos estabelecimentos de saúde e ao Instituto Médico Legal; fornecer, quando houver risco de morte, transporte para a ofendida e seus dependentes para abrigo ou local seguro; acompanhar a vítima para a retirada de seus pertences e informá-la sobre seus direitos e os serviços disponíveis.
e acordo com a coordenadora geral das Ações de Prevenção em Segurança Pública da Senasp, Cristina Villanova, a atualização do documento é importante porque orienta os procedimentos a serem adotados. Tanto a concepção arquitetônica das delegacias, como a postura dos agentes devem propiciar um atendimento acolhedor e humanizado à mulher em situação de violência. A sala de espera deve comportar ambientes separados para a mulher vítima e para o(a) agressor(a), devendo manter a privacidade da mulher e do seu depoimento e atender sem nenhuma forma de preconceito ou discriminação. A equipe de policiais responsável pelo atendimento inicial e acolhimento deve ser qualificada no fenômeno da violência de gênero, conhecer as diretrizes e procedimentos da delegacia e possuir material de informação e orientação, explica Villanova.
Paras acessa a Norma Técnica de Padronização, clique aqui.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

CURSO DE TRÁFICO DE PESSOAS


O Fórum Matogrossense de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e a Associação de Mulheres em Ação de Mato Grosso, através do Projeto Mulheres em Ação, com apoio do Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para Mulher/UNIFEM, promoverá Curso sobre Tráfico de Pessoas, no período de 08 a 11 de setembro de 2010, no Centro Pastoral da Igreja Nossa do Carmo, Av.Felinto Muller – Centro, em Várzea Grande/MT.

Informa que o curso terá 40 vagas.

Solicita a confirmação pelo email: amamt_mt@yahoo.com.br.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Aplicação da Lei Maria da Penha em MT é debatida em fórum na Assembleia


JOSÉ LUÍS LARANJA
Secretaria de Comunicação

Criada em 2006, a Lei Maria da Penha (nº 11.340) protege as mulheres da violência doméstica e representa um avanço na legislação brasileira. Para debater o assunto, a Assembleia Legislativa reuniu, na tarde desta quinta-feira (19), delegadas, juízas, promotoras, defensoras públicas, psicólogas, representantes de instituições de defesa da mulher e policiais civis, como objetivo de discutir o Fórum Sobre a Aplicação da Lei no Estado de Mato Grosso.

Entre as inovações legais trazidas pelos debatedores está a impossibilidade de a vítima retirar a queixa de agressão, perante o juiz, em audiência marcada exclusivamente com este fim. “A lei proporciona mais rigor contra as pessoas que em épocas anteriores usavam da violência contra a mulher e não eram denunciadas”, ressaltou o deputado Ságuas Moraes (PT), idealizador do evento.

Um levantamento realizado pela Superintendência Estadual de Política para Mulheres mostra que em Mato Grosso, de agosto de 2006 a setembro de 2009, 78.068 mulheres foram vítimas de violência doméstica em oito municípios. “Normalmente são as mulheres as vítimas da violência em casa e a Lei Maria da Penha diz que as estatísticas são claras ao demonstrar que é a mulher quem deve ser protegida”, explicou a presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher em Mato Grosso, Ana Emília Iponema Brasil Sotero.

De acordo com as declarações da diretora adjunta da Polícia Civil, Silvia Virginia Biagi Ferrari, todos são testemunhas da violência quando não é denunciada. “Com a Lei Maria da Penha, as mulheres tiveram mais coragem para denunciar a violência e estão conscientes e possuem auto-estima para delatar as agressões”, disse Silvia.

Na avaliação da defensora pública, Tânia Regina de Matos, a Lei Maria da Penha teve muitos os avanços legais, dentre eles, a definição do que é violência doméstica, incluindo não apenas as agressões físicas e sexuais, mas também as psicológicas, morais e patrimoniais. “Podemos dizer que um dos pontos positivos foi a medida protetiva que a Lei oferece às mulheres, quando denunciam seus agressores”, lembra ela.

Um dos pontos abordados durante o Fórum foi direcionado a falta de políticas públicas em Mato Grosso, onde, no entendimento de Ana Emília, o Estado não possui um trabalho voltado neste aspecto.

“Ao final de outubro vamos fazer um diagnóstico da realidade de Mato Grosso, priorizando a instalação de políticas públicas”, falou ela, citando ainda que representantes da Superintendência Estadual de Políticas para Mulheres estão visitando as quinze cidades pólos para conhecer a realidade e ouvir sugestões das mulheres.

Mais informações:
Secretaria de Comunicação da Assembleia Legislativa
3313-6310
Data: 19/08/2010
-

quinta-feira, 19 de agosto de 2010


MARIA DA PENHA MAIA FERNANDES, recomendará para os Presidenciáveis e candidatos a Governador dos demais entes federativos o modelo de MT com a criação do Centro Integrado da Mulher de Mato Grosso – CIMMT que proporcionará uma rede de atendimento mais humanizada composta de equipe multidisciplinar (psicóloga, assistente social, pedagoga, médico, enfermeira e dentista), além da Superintendência Estadual de Políticas para as Mulheres, Posto da Delegacia da Mulher, Núcleo de Defensoria Especializada da Mulher, Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, ONGs que militam na questão de gênero.
O CIMMT será adequado para a promoção de políticas públicas de combate à desigualdade de gênero, porque contemplará atendimento diferenciado às mulheres em situação de violência, fazendo com que o atendimento a essa clientela seja mais eficaz e célere. Missão esta que pretende ser realizada a partir da oferta de um atendimento integral e interdisciplinar, primando pela inserção social destas mulheres.
A criação do CIMMT é o resultado concreto da assinatura do PACTO NACIONAL PELO ENFRETAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER pelo Governo do Estado de Mato Grosso em 11/05/2010.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CONSELHO REALIZA FÓRUM DE DEBATES


Corpo da mensagem
Em comemoração aos 4 anos da Lei Maria da Penha o Conselho da Mulher realizará um Fórum de Debates sobre a Lei.

Local: Assembléia Legislativa - Auditório Licínio Monteiro
Data : 19/08/2010
Hora : 14:00 horas

domingo, 15 de agosto de 2010

AÇÕES DA SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS PARA MULHERES DE MATO GROSSO



* Ana Emilia Iponema Brasil Sotero

Desde sua criação várias ações foram desenvolvidas pela SUPERINTENDÊNCIA DE POLÍTICAS PARA MULHERES DE MATO GROSSO, a destacar: reuniões com as mulheres e poder público dos municípios pólos mato-grossenses, reuniões com associações de mulheres indígenas, reuniões com ONGs que atuam em defesa dos direitos das mulheres de Mato Grosso, reuniões com prostitutas e transexuais, participação em reuniões mensais com as técnicas da Secretaria de Políticas para as Mulheres - SPM/DF, representação de MT em diversos eventos em MT e fora do Estado, ações estas que se concretizaram a partir da criação da Superintendência em maio próximo passado, graças a sensibilização e comprometimento do Governo atual.

As reuniões que estão sistematicamente acontecendo nas cidades pólos de Mato Grosso e os demais segmentos têm o objetivo de conhecer a realidade, ouvir das mulheres suas necessidades, sugestões e reivindicações. E a partir daí, diagnosticar e elaborar as políticas públicas para as mato-grossenses.

A missão da Gestora de Políticas para Mulheres é implantar e implementar políticas públicas transversais visando ao mesmo objetivo – a equidade entre homens e mulheres – constituir um caminho para alterar a violência em geral e de gênero em particular. A Superintendência desempenha este papel articulador, associando-se aos Conselhos de Direitos, Coordenadorias, Superintendências, Secretarias da Mulher, Secretarias de Assistência Social em todos os municípios mato-grossenses e demais Estados da Federação.

As mulheres são duplamente vítimas de situações violentas: como cidadãs se defrontam com as diversas formas de violência que atingem a sociedade brasileira; como cidadãs e mulheres, com a violência de gênero. Esta forma de violência ocorre, fundamentalmente, no ambiente doméstico, sendo praticada, quase sempre, por seus parceiros. Protegidos pelos laços afetivos, eles podem levar ao extremo as relações de dominação originadas na cultura patriarcal, centrada na idéia de sujeição das mulheres ao exercício do poder masculino, efetivado pelo uso da força.

Políticas públicas para as mulheres estão além da inserção ao Programa de Combate a Pobreza e seus Malefícios. A política nacional para mulheres no governo atual está concentrada em um plano, chamado Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. E o Estado de Mato Grosso em 11/05/2010 assinou o PACTO PELO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER estando, portanto inserido nessa política. Ao assinar o Pacto, instituir a Câmara Técnica Estadual e criar a Superintendência, o Chefe do Executivo formalizou e oficiou que as atividades, ações e programas desenvolvidos pela Superintendência Estadual de Políticas para Mulheres de Mato Grosso/SEPMMT são de real necessidade e interesse de todas as Secretarias Estaduais.

Destaque-se, sobretudo, que um planejamento de políticas públicas transversais só funcionará com o interesse do Poder Público e a total participação da sociedade civil.

A Superintendência de Políticas para as Mulheres está implantando as políticas públicas inexistentes para as mulheres deste Estado e vem cumprindo rigorosamente o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, em face de inexistir o Plano Estadual, este será elaborado em breve para aplicação a partir de 2011 e posterior implementação das políticas.

*Professora e Advogada. Presidente do CEDMMT e Superintendente de Políticas para Mulheres de MT

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Programa Mulher, Justiça e Gênero e a Fundação Justiça e Gênero Intercâmbio promovem intercâmbio na Costa Rica


O Programa Mulher, Justiça e Gênero e a Fundação Justiça e Gênero organizam, desde 2006, intercâmbios cumprindo compromissos firmados nos Encontros de Magistrados das Altas Cortes de Justiça Iberoamericana.

Este ano, de 19 a 25 de setembro, o intercâmbio acontecerá na Costa Pacífica da Costa Rica, no Hotel Punta Leona, com a presença da Dra. Anabelle León, magistrada da Corte Suprema de Justiça da Costa Rica e integrante da Comissão Iberoamericana para dar seguimento ao cumprimento das 100 Regras de Brasília.

O tema central será Justiça e populações historicamente excluídas e tem como objetivo central os direitos humanos com fundamento nas 100 Regras de Brasília.

O custo total por pessoa será de $ 1.000 (mil dólares americanos), incluindo a matrícula, hospedagem em apartamento duplo, alimentação, transporte interno e material do intercâmbio. Caso o participante opte por apartamento individual, o custo total será de $ 1.300.

As inscrições poderão ser realizadas de 01 a 28 de julho. Mais informações com Yorleny Rivera (yorleny@ilanud.or.cr) ou Laura Fajardo (laura@ilanud.or.cr)

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Mais 3 Estados ganham Juizados da Vioência Doméstica


Até o final deste ano serão instalados Juizados Especiais de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher em mais três estados brasileiros: Rondônia, Santa Catarina e Paraíba. Assim, a meta do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de implantar pelo menos uma unidade especializada em cada estado da Federação estará praticamente cumprida, restando apenas o estado de Sergipe implantar seu juizado. A ampliação de Juizados de Violência Doméstica faz parte da política institucional do CNJ que visa dar efetividade à Lei Maria da Penha e desenvolver políticas públicas e planejamento estratégico de proteção à mulher.A definição foi comunicada, na última quinta-feira (22/7), durante reunião dos Tribunais de Justiça desses estados com a presidente da Comissão de Acesso à Justiça e Cidadania do CNJ, conselheira Morgana Richa, além das juízas Adriana Mello e Luciane Bortoleto, integrantes do grupo gestor dos Mutirões da Cidadania. De acordo com a conselheira, a Lei Maria da Penha representa avanço na promoção dos direitos fundamentais, na tutela dos direitos das mulheres que sofrem com a violência doméstica.Para que os efeitos sejam disseminados diante da população é preciso que se apliquem efetivamente as medidas protetivas e as sanções eficazes por meio das unidades especificas de atendimento. “A violência doméstica é um problema que atinge as relações humanas e diz respeito à sociedade como um todo. A importância da Lei Maria da Penha, que prevê a criação de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, é inquestionável e vem sendo tratada como prioridade pelo CNJ”, completou a conselheira.Apresentado em março deste ano, durante a IV Jornada da Lei Maria da Penha e executado pelo programa Mutirões da Cidadania, o projeto propõe a divulgação do tema, a capacitação dos magistrados e a padronização de rotinas. “As mulheres precisam saber, independentemente do local, a quem podem recorrer quando vítimas de violência”, complementa Morgana Richa.Para o Juiz do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO) Álvaro Kalix Ferro, essa adesão é de extrema importância para população do estado, pois o atendimento à mulher é sempre prioridade e precisa ser tratado de forma especializada. Segundo o Juiz do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) Odson Cardoso Filho, com a instalação do Juizado em Santa Catarina, a unidade terá autonomia e ajudará a criar soluções efetivas para o atendimento às mulheres em risco.Segundo a vice-presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB), desembargadora Maria de Fátima Morais Bezerra Cavalcanti, a expectativa é que o juizado seja instalado durante o II Fórum Nacional de Violência Contra a Mulher, que acontece em João Pessoa, em novembro.O juiz do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) Marcelo Campos também participou do encontro e explicou que o tribunal pretende criar um juizado especializado em prol da mulher, mas para que isso ocorra será necessária a realização de um estudo para definir quando e como ele deverá ser implantado.Os estados do Piauí, Tocantins e Roraima recentemente instalaram juizados de atendimento especializado às mulheres vítimas de violência. Com o acréscimo há 47 juizados em todo o país, mas até o fim deste ano 51 devem estar em funcionamento.Maria da Penha - Sancionada em 7 de agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 11.340/2006 avançou significativamente no combate à violência contra a mulher. A lei determinou o aumentou do tempo de prisão dos agressores e eliminou o pagamento de cestas básicas como forma de punição. Outra medida importante com a edição da lei é o fato de que o agressor pode ser preso em flagrante ou ter sua prisão preventiva decretada.fonte: CNJ
Postado por Tânia

terça-feira, 6 de julho de 2010

MOÇÃO DE REPÚDIO AO VEREADOR LOURIVALDO

A moção abaixo foi encaminhada à Câmara Municipal de Pontes e Lacerda na data de ontem com a finalidade de ser lida durante a sessão onde foi proposta abertura de CPI para investigar o caso.


Violência contra a mulher é uma violação aos direitos humanos



O CONSELHO ESTADUAL DOS DIREITOS DA MULHER DE MATO GROSSO não pode se omitir diante de tão desprezível e inaceitável agressão a uma mulher mato-grossense.

Enquanto a sociedade mundial e a brasileira combate a violência de gênero, o “nobre vereador” Lourivaldo Rodrigues de Moraes, “popular” Kirrarinha, da Câmara Municipal de Pontes e Lacerda em Mato Grosso, caminha na contramão da história mundial, quando em ato covarde e machista agride com um soco o rosto da repórter da TV Centro Oeste/SBT, Márcia Pache dentro de uma delegacia de policia, naquela cidade, simplesmente porque a mesma estava cumprindo com sua obrigação profissional, fato esse que o contrariou e diante disso o “representante do povo” de Pontes e Lacerda se sentiu no DIREITO DE AGREDÍ-LA FISICAMENTE.

Repudiamos e reprovamos toda e qualquer violência, principalmente a violência de gênero que é qualquer ato que resulte ou venha resultar em dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, incluindo ameaças, castigos, maus tratos, pornografia, agressão física, agressão sexual, incesto e coerção ou privação arbitraria de liberdade em público ou na vida privada.

Os casos de violência contra a mulher dizem respeito a todas e todos. Deixaram de ser assunto privado, passaram a serem considerados crimes públicos, um atentado aos direitos humanos.


Cuiabá, MT, 05 de julho de 2010


Drª Ana Emilia Iponema Brasil Sotero

Presidente


Tânia Regina de Matos

Vice-Presidente

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Nasceu uma nova era!




Em 11/05/2010 às 15h30min, o Governador Silval Barbosa cumpriu a promessa que fez em reunião realizada em 09/02/2010 a um grupo de onze mulheres representantes da sociedade mato-grossense e concretizou a assinatura do Estado de Mato Grosso com o PACTO NACIONAL PELO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, criou a SUPERINENDÊNCIA ESTADUAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES e deu posse à SUPERINTENDENTE. Assim nascia uma NOVA ERA para as mulheres deste Estado que aqui reconhecemos e agradecemos o apoio incondicional recebido para que este momento se concretizasse e que este sonho de inúmeras mato-grossenses, principalmente as militantes na causa se tornasse realidade.

Esta conquista teve marcos importantes que a antecederam e destacamos: 1) a comemoração neste ano dos 100 anos do dia 08 de MARÇO, onde gerações de mulheres combateram a opressão capitalista e a discriminação de gênero, muitas vezes sob as mais violentas formas de repressão, obtendo conquistas de grande vulto, que mudaram radicalmente o papel desempenhado pela mulher na sociedade brasileira na busca da superação dos conceitos históricos de inferioridade e submissão ao homem, ao mesmo tempo em que abriram caminho para a compreensão das causas da opressão de gênero; 2) a reivindicação dos movimentos sociais feministas de Mato Grosso em conjunto com as ONGs que militam em defesa dos direitos das mulheres e com o Conselhos Municipais e Estadual dos Direitos da Mulher, este último não mediu esforços para lutar desde 1996 em prol da criação de um organismo estadual capaz de desenvolver políticas públicas sérias e eficazes em defesa aos direitos humanos das mulheres deste Estado; 3) a sensibilidade da senhora Roseli Barbosa, Primeira Dama de Mato Grosso que sempre se mostrou disposta a ouvir as dificuldades e soube mensurar o sofrimento das mulheres vítimas da violência; 4) o apoio do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados do Brasil; 5) a parceria incondicional com a Sala da Mulher, coordenada pela senhora Janete Riva; 6) o profissionalismo inquestionável da Secretaria Executiva dos Conselhos da SETECS ; 7) o comprometimento da Delegacia Especializada da Mulher; 8) a atuação da imprensa em especial ao Jornal Diário de Cuiabá e à Casa D’Idéias, Marketing e Propaganda. Fazemos questão de aqui manifestar o nosso agradecimento pela contribuição de todos vocês. O empenho, envolvimento e comprometimento de todos são de um valor inestimável e único porque fomos naquele momento um em união.

A SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES coordenará, gerenciará e executará as ações do PACTO que serão implementadas nas mais diferentes esferas da vida social, nas áreas da educação, no mundo do trabalho, na saúde, na segurança pública, na assistência social, cidadania e direitos humanos, geração de trabalho e renda, além de capacitar os que “ouvem” e abrir um espaço para atendimento e acompanhamento aos agressores e agressoras da Lei Maria da Penha. Estará dando suporte às instituições parceiras já existentes e aqui enaltecemos o trabalho primordial do REVIV, que desde 2008 vem desenvolvendo importante e decisivo atendimento às mulheres vítimas de violência de Cuiabá, acolhendo-as e elevando sua auto-estima através de acompanhamento psicossocial que ao final saem com a auto-estima recuperada, dispostas a começar uma nova vida, longe da violência.

Outra ONG que desenvolve um trabalho preventivo belíssimo direcionado à saúde da mulher é a MT MAMA, assim como a Associação Nacional das Magistradas-ANM/IAWJ, Associação Brasileira das Mulheres da Carreira Jurídica/ABMCJ, BPW, da União Brasileira das Mulheres/UNB, as companheiras da Economia Solidária, do Fórum de Articulação de Mulheres, da LIBLES e tantas outras instituições que juntas desenvolveremos atividades voltadas para a melhoria da qualidade de vida das mulheres de Mato Grosso.

O dia 11/05/2010 constituiu o NASCIMENTO DE UMA NOVA ERA, esta nova luz fala de esperança e da possibilidade do novo. Os novos tempos à frente exigirão a participação ativa de todos.

Muito obrigado àqueles que de maneira direta ou indireta contribuíram para que este sonho se tornasse realidade!

Muito obrigado Governador Silval Barbosa pelo seu “saber ouvir” e com a firmeza e serenidade que lhe é peculiar de pronto atendeu o clamor das mulheres mato-grossenses, concretizando uma reivindicação de décadas!

Parabéns Governador por sua sensibilidade com as causas sociais e com as minorias! Se tivéssemos mais homens como Vossa Excelência em cargos majoritários deste país, certamente nossa realidade seria outra!

Muito obrigado senhora Roseli Barbosa pela sua simplicidade e sensibilidade à causa das mulheres!

Deus os abençoe!

E que Deus nos dê saúde, sabedoria e discernimento para enfrentar esta nova missão que nos foi confiada para que possamos cumpri-la com galhardia e honradez!


Ana Emilia Iponema Brasil Sotero é Superintendente Estadual de Políticas para Mulheres – SEPM/MT.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Considerações sobre o Feminismo




* Por Nelson Junior

Hodiernamente as mulheres passaram a ter acesso a dinheiro e a trabalho fora do espaço doméstico (profissionalização das mulheres), fato que tem contribuído para o enfraquecimento do paternalismo generalizado.

Os movimentos feministas, pelo menos nos dois últimos séculos, têm estado sempre presentes na história, mas nunca assumiram uma dimensão tão vasta e profunda como o feminismo atual.

A palavra feminismo teve origem no contexto político francês do século XIX para designar os diferentes grupos que, de uma maneira ou outra, tentaram melhorar a situação das mulheres.

Em decorrência do inarredável e necessário fortalecimento do movimento feminista, toma força a Teoria Feminista do Direito (Feminist Jurisprudence), que tem refletido na publicação de leis protetivas às mulheres.

A subordinação das mulheres aos homens é um fenômeno transgeográfico e transcultural, que ainda não desapareceu com o desenvolvimento econômico capitalista e nem com a legislação sobre igualdade.

A proibição de diferenciação de tratamento entre mulheres e homens em quase todos os domínios sociais, se destina fundamentalmente a melhorar a situação da mulher.

As leis sobre a igualdade de tratamento não produzem, só por si, resultados iguais e justos, nem no plano individual nem no plano coletivo. Muitas vezes acontece precisamente o contrário, isto é, para que haja igualdade é necessário um tratamento desigual, de forma a garantir às partes ou grupos desfavorecidos oportunidades de igualdade de mérito equivalente.

A atual insuficiência de representação das mulheres nas organizações e nos cargos políticos importantes pode considerar-se conseqüência natural da antiga concepção de mulher e resultado das velhas políticas discriminatórias que excluíam consciente e sistematicamente de cargos na vida pública.

No Brasil, há apenas 9% de representatividade das mulheres no parlamento. No nosso vizinho, Argentina, a representatividade feminina no parlamento é de 40%.

Os homens e as mulheres vestem-se de maneiras diferentes, têm ocupações diferentes, desempenham funções diferentes no trabalho, na família e na vida pública, distraem-se de maneiras diferentes. Não é, porém, nas diferenças que reside o problema. A questão está no modo como elas são mutuamente hierarquizadas e no fato de, na avaliação que a sociedade faz dos sexos, as qualidades, as características, os valores e as atividades das mulheres estarem sistematicamente subordinadas aos homens.

Fruto dessa hierarquização, as mulheres frequentemente surgem como algo diferente dos homens ou “inferior” a eles.

Ledo engano, ser mulher é um atributo pessoal, no qual a legislação brasileira atribuiu relevância jurídica.

Não há na nossa Constituição Federal uma só linha que autorize darmos tratamento diferenciado a homens e mulheres quando em voga a condição de partes processuais ou vítimas de crime. É exatamente isso que a lei de violência doméstica faz: concede uma série de instrumentos de proteção à mulher somente tendo em vista o sexo. A violência doméstica cometida contra a mulher enseja medida protetiva, contra homens não.

“Quem ama não mata”, “Em briga de marido e mulher, vamos meter a colher”, “Homem que é homem não bate em mulher”, toda mulher tem direito a uma vida livre de violência”, Sua vida recomeça quando a violência termina”, “Onde tem violência todo mundo perde”. Foram muitos os slogans utilizados nas campanhas que trouxeram para o espaço público aquilo que se teimava em dizer que deveria ser resolvido entre as quatro paredes do lar.

O silêncio acentua ainda mais a desigualdade e a injustiça. E é nesta complexa articulação do Direito com a vida que surge a Lei Maria da Penha.

Com a Lei Maria da Penha o Brasil passou a enxergar a violência doméstica e familiar contra a mulher.

A Lei Maria da Penha, além de não fazer discriminação entre homens e mulheres, é uma medida compensatória, que visa remediar desvantagens históricas, consequentes de um passado discriminatório.

A Lei Maria da Penha está entre as três melhores leis do mundo com relação ao enfrentamento à violência contra as mulheres no relatório bianual do Unifem (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher).

A violência contra a mulher não é um ponto isolado na história, mas sim fruto de um processo cultural da sociedade moderna.

Um dado colhido no site da Fundação Perseu Abramo (HTTP://www.fpabramo.org.br) é bastante ilustrativa: “A projeção da taxa de espancamento (11%) para o universo investigado (61,5 milhões) indica que pelo menos 6,8 milhões, dentre as brasileiras vivas, já foram espancadas ao menos uma vez. Considerando-se que entre as que admitiram ter sido espancadas, 31% declararam que a última vez que isso ocorreu foi no período dos 12 meses anteriores, projeta-se cerca de, no mínimo, 2,1 milhões de mulheres espancadas por ano no país (ou em 2001, pois não se sabe se estariam aumentando ou diminuindo), 175 mil/mês, 5,8 mil/dia, 243/hora ou 4/minuto – uma a cada 15 segundos.

Nossa realidade, infelizmente não é diferente, um levantamento do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres em Mato Grosso mostra que 78.168 mulheres foram vítimas de violência entre agosto de 2006 e agosto de 2009 em 8 (oito) dos 141 municípios do Estado. O volume equivale à população do município de Tangará da Serra, localizado na região médio-norte do Estado. A pesquisa se baseia em dados oficiais, mas o número da violência pode ser no mínimo duas vezes maior, se considerada a subnotificação e a falta de registros por parte das vítimas.

O tempo urge, é necessário que o Governo do Estado de Mato Grosso faça adesão ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento a Violência contra as Mulheres, com o fito de garantir recursos federais para construir casas de abrigos, oferecer cursos de capacitação às mulheres vítimas de violência, bem como realizar trabalhos de prevenção.

A violência doméstica traz em seu âmago a ausência de uma estrutura familiar edificada nos valores mais caros à convivência humana em núpcias, notadamente o respeito, cumplicidade, companheirismo, amor, etc, de sorte que ao agressor são impostas medidas restritivas de direitos na forma estabelecida pela Lei nº 11.340/2006, também denominadas medidas protetivas de urgência, bem como, em casos mais graves, prisões cautelares, tudo visando à cessação imediata dos atos de violência e impedimento de suas renovações.

As medidas protetivas, só para que se entenda, correspondem a um dos desdobramentos que um fato envolvendo violência doméstica, e tendo a mulher como vítima, pode ter. A outra é a penal e processual penal. As medidas protetivas, vão desde a prestação de alimentos até o afastamento do agressor do lar ou determinação de distância mínima em relação à ofendida e/ou parentes, impostas pelo Juiz.

Para caracterização da aplicação da Lei Maria da Penha, é preciso existir nexo causal entre a conduta criminosa e a relação de intimidade existente entre autor e vítima. Ou seja, a prática violenta deve estar relacionada ao vínculo efetivo existente entre vítima e agressor.

Apesar das vitórias alcançadas pela Lei Maria da Penha, há de se considerar a tese da socióloga Julita Lemgruber, ressaltando que “em alguns países, legislações muito rígidas desestimulam as mulheres agredidas a denunciarem suas agressões e registrarem suas queixas. Sempre que o companheiro ou esposo é o único provedor da família, o medo de sua prisão e condenação a uma pena privativa de liberdade acaba por contribuir para a impunidade.

É urgente que se amplie o conhecimento das experiências alternativas à imposição de penas de prisão nesta área, pois já existe evidência de que, em vários casos, o encarceramento de homens pode aumentar, ao invés de diminuir, os níveis de violência contra a mulher e as taxas gerais de impunidade para esse tipo de crime.

Hoje, notam-se progressos. Mas o Direito é um campo onde as transformações se produzem lentamente. O Direito, enquanto instituição, contribui em grande medida para a manutenção da tradicional hegemonia masculina na sociedade. Por outro lado, o Direito é um terreno propício ao desenvolvimento de regras que podem dar origem a transformações importantes, inclusive na relação entre os dois sexos.

Mas infelizmente, em determinadas situações (Brasil), a legislação está mais avançada do que o desenvolvimento da sociedade, gerando um defasamento entre a realidade dos fatos e a lei. A lei presume uma igualdade, porém sem existência real, criando, assim, conseqüências imprevistas e involuntárias quanto à situação das mulheres.

Cidadania não é só votar, é participação democrática e efetiva na vida política e jurídica da nação, e todas as leis, diretamente ou indiretamente, têm reflexos sobre nossas vidas. Cada um de nós, como responsável pelo legislador (quem faz as leis), é também responsável pelas leis que ele produz e pelas conseqüências, boas ou ruins, presentes e futuras, diretas ou indiretas, que delas dimanam, nas nossas vidas e nas vidas dos outros.

A Lei Maria da Penha é o principal marco legislativo na defesa de uma vida sem violência para a mulher. É um basta à permissividade cultural, à apatia governamental, à leniência judicial.

Toda mulher tem direito a uma vida livre de violência. Este é o nosso desejo e deve ser o nosso compromisso.

*NELSON GONÇALVES DE SOUZA JUNIOR, Defensor Público do Estado de Mato Grosso, Coordenador dos Núcleos das Defensorias Públicas de Peixoto de Azevedo e Terra Nova do Norte-MT, Responsável pela instalação do Núcleo da Defensoria Pública da cidade de Itaúba-MT, formado pela Faculdade de Direito de Presidente Prudente-SP (TOLEDO), Especialista em Direito e Processo Penal pela Universidade Estadual de Londrina-PR.


domingo, 14 de fevereiro de 2010

VISITA AO CEDM DA DEPUTADA VILMA MOREIRA

Na tarde do dia 11 de fevereiro tivemos imensa satisfação de receber a visita da Deputada Estadual Vilma Moreira, nesta oportunidade informou que fez uma indicação ao Governador para a criação da Superintendência Estadual de Políticas para as Mulheres e a adesão ao Pacto Nacional pelo Enfrentamento a Violência contra à Mulher. Ficamos felizes pela manifestação da Deputada, pois a mesma representa a mulher negra mato-grossense na Assembléia Legislativa Estadual.



quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

VICE- GOVERNADOR GARANTE CRIAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA ESTADUAL DA MULHER

Após três anos da criação da lei n°11340/06, conhecida como Maria da Penha, 78.168 mulheres foram vítimas de violência doméstica em apenas oito dos 141 municípios de Mato Grosso. Os dados foram apresentados pela presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Ana Emília Sotero em uma reunião com o vice-governador Silval Barbosa na manhã desta terça-feira (09), que também contou com a presença da coordenadora da Sala da Mulher da Assembleia Legislativa Janete Riva.

Na oportunidade, a presidente do Conselho reivindicou a criação da Superintendência Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres bem como a adesão do Governo do Estado ao Pacto Nacional Pelo Enfrentamento a Violência Contra as Mulheres. “Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os únicos estados que ainda não aderiram à ação federal, que garante recursos aos estados para construir casas de abrigos, oferecerem cursos de capacitação às mulheres vítimas de violência, bem como realizar um trabalho de prevenção”, argumentou Sotero.

Em resposta, o vice-governador garantiu a criação da Superintendência e disse que vai solicitar informações sobre os procedimentos necessários para Mato Grosso aderir ao Pacto Nacional. "Fazendo um trabalho de prevenção e oferecendo atendimentos as vítimas de violência doméstica, estaremos amenizando os problemas sociais no estado. Inclusive, temos como iniciar algumas ações ainda este ano”, adiantou Silval.

Para Janete Riva, a criação da superintendência bem como adesão ao Pacto Nacional representa uma grande vitória para as mulheres mato-grossenses e às entidades e órgãos que lutam pelos direitos femininos. “Essa é uma luta de anos do Conselho, do Ministério Público e da Sala da Mulher. Uma grande conquista diante do grande número de registros que o nosso estado apresenta quando se trata de violência doméstica. Precisamos de políticas públicas voltadas às mulheres e de um trabalho mais direcionado, oferecendo atendimento, acompanhamento e orientação às mulheres vitimadas”, concluiu Janete Riva.

Também participaram da audiência a juíza de Direito Amini Haddad; promotora de Justiça Lindinalva Rodrigues; Defensora Pública Tânia Regina de Matos; vice-presidente da ABMCJMT Arinda Cristina Sperlli Ferraz Gama; assessora Patrícia Banhenga, representando o Juíz Geraldo Fidélis de Cáceres; vereadora Lúcia de Cáceres; presidentes dos Conselhos Municipais dos Direitos da Mulher de Cáceres e Rondonópolis, respectivamente Ana Lúcia e Sandra Raquel, e representante da Executiva dos Direitos Humanos de Cáceres.

Drª Ana Emilia, Presidente do CEDMMT entregando ao Vice Governador Silval Barbosa a reivindicação da criação da Superintendência e adesão ao Pacto

Vice Governador Silval Barbosa elogiando o trabalho realizado pelo CEDMMT
Aplausos entusiasmadíssimos quando o Vice Governador DE PRONTO disse que atenderia as nossas reivindicações.


COMISSÃO DE PESO, representatividade dos Poderes Executivo , Legislativo, Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Legislativo de Cáceres e a sociedade civil organizada através da ABMCJMT, Executiva dos Direitos Humanos de Cáceres e Conselho Municipais dos Direitos da Mulher de Cáceres e Rondonópolis.

domingo, 10 de janeiro de 2010

ANO NOVO, NOVA ESPERANÇA!!!

*Ana Emilia Iponema Brasil Sotero

Um novo ano está começando. Não existe momento melhor para varrer da vida tudo aquilo que não satisfaz e estabelecer novas metas. Permitir que os mais lindos sonhos brilhem à frente e partir para a realização de cada um deles.
A vida se renova com o novo ano. Bendita foi a idéia de quem resolveu dividir o tempo em períodos de 12 meses, os quais denomina-se ANO! Isso é maravilhoso, pois assim se pode planejar ações, sonhos, expectativas. Na tela da mente passa a retrospectiva do que fomos o que fizemos. Conquistas, derrotas, planos feitos e desfeitos. E assim, independente do saldo, comemoramos. Se foi ruim, já passou! E se foi bom, nos alegramos com as lembranças!
O bom do Novo Ano, é que com ele, também temos a opção da RENOVAÇÃO!!!
Em 2010 temos fé e esperança em ver a diminuição da violência contra as meninas, adolescentes, mulheres e idosas; que Mato Grosso assine o PACTO NACIONAL PELO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER; que nossos gestores e gestoras invistam em “gente”; que a intolerância e a falta de amor entre as pessoas sejam banidas; que a presença de Deus seja sentida e vivenciada entre homens e mulheres e que tenhamos saúde e força para continuar lutando em defesa dos direitos humanos das mulheres deste imenso Estado.
Confiemos em nossa força interior. Tenhamos FÉ. Essa convicção é incrivelmente poderosa e contagiante. E VIVA 2010!!!








*Professora e Advogada. Presidente do Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres de Mato Grosso

SAUDAÇÃO

Queridas Conselheiras,


Estamos à maioria juntas, desde 2006 e em 2009 novas companheiras vieram para somar forças em defesa dos direitos humanos das mulheres de Mato Grosso. Durante este período tivemos incontáveis dificuldades e lutamos com a falta de apoio, autonomia financeira, política e social. Mesmo assim, não esmorecemos e quando parecia que não tínhamos mais fôlego, reuníamos todas as forças e continuamos em frente. E hoje aqui estamos! Mais um ano se finda e com certeza com as forças renovadas estaremos em 2010, RECOMEÇANDO.

Com o objetivo de efetivamente continuar o trabalho que já começamos a desenvolver em Mato Grosso e como resultado do engajamento de todas nós é que através deste BOLETIM ELETRÔNICO faremos a RETROSPECTIVA CEDMMT 2009.

Agradeço as minhas amigas que estão comigo nesta empreitada. Digo a vocês imbuída de muito entusiasmo, confiança e esperança que em 2010 teremos uma árdua tarefa e se Deus permitir seremos todas vitoriosas, pois nosso compromisso é de extremamente relevante às mulheres deste Estado. Fazemos a DIFERENÇA e construímos a história mato-grossense.


Que Deus nos abençoe!



Ana Emilia Iponema Brasil Sotero

Presidente do CEDMMT