A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de
mulheres, crianças, adolescentes, idosas e idosos, em grande número de
vezes de forma dissimulada, silenciosa e tem proporções epidêmicas no
mundo todo.
A vítima de violência doméstica, comumente, tem autoestima
baixíssima e se encontra atrelada na relação com quem agride, seja por
dependência emocional ou material. O agressor geralmente acusa a vítima
de ser responsável pela agressão, a qual acaba interiorizando grande
culpa e vergonha. A vítima também se sente violada e traída, já que o
agressor arrepende-se, após a agressão cometida, que nunca mais vai
repetir este tipo de comportamento, vindo a reincidir reiteradas vezes. A
dependência emocional, mais que a econômica, é que faz a mulher
suportar agressões, além dos princípios morais e religiosos.
A violência psicológica ou agressão emocional, às vezes, são tão
ou mais prejudicial que a física, é caracterizada por rejeição,
depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições
exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais
visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes eternas. A agressão
psicológica na violência doméstica e familiar é fazer com que a agredida
se sinta inferior, dependente, culpada ou omissa, é um dos tipos de
agressão emocional dissimulada mais terrível. A atitude cruel com esse
objetivo é quando o agressor faz tudo corretamente, impecavelmente
certo, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o
tamanho de sua incompetência. O agressor com esse perfil tem prazer
quando a outra pessoa se sente inferiorizada, diminuída, incompetente e
impotente.
A violência verbal normalmente se dá simultaneamente à violência
psicológica. Alguns agressores agridem verbalmente outros membros da
família (filhas e filhos), incluindo momentos quando estes estão na
presença de outras pessoas estranhas, no intuito de atingir sua
companheira. O agressor verbal, ao perceber que um comentário é esperado
para o momento, se cala, emudece e, incontestavelmente, esse silêncio
machuca mais do que se tivesse pronunciado uma só palavra.
Uma das formas de tratar a violência contra a mulher é iniciando o
tratamento por ela, elevando sua autoestima, empoderando-a,
fortalecendo sua autonomia pessoal para que tenha mais confiança em si
mesma para romper as “correntes”, e assim definitivamente sair da
dependência emocional que a aprisiona, tirando-lhe a dignidade.
Ana Emilia Iponema Brasil Sotero é professora,
advogada, doutoranda em Ciências Jurídicas e Sociais, palestrante sobre
violência de gênero, presidente do Conselho Estadual dos Direitos da
Mulher de Mato Grosso e passa a escrever exclusivamente para este blog
toda sexta-feira (e-mail: soteroanaemilia@gmail.com e facebook:
http://facebook.com/AnaEmiliaBrasil)
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