segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Às mulheres o seu espaço

Fonte: gazeta digital

Um programa desenvolvido pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres vem, aos poucos e sutilmente, inserindo a mão-de-obra feminina no mercado de trabalho. Intitulado Programa Pró-Equidade de Gênero, ele consiste em desenvolver novas concepções na gestão de pessoas e na cultura organizacional para alcançar a equidade de gênero no mundo de trabalho. Trocando em miúdos, oportunidades iguais de acesso e ascensão, tais quais as dos homens. Além disso, contempla eliminar todas as formas de discriminação, principalmente no que se refere à remuneração e permanência no emprego, hoje sabiamente dois obstáculos enfrentados pelas mulheres e comprovados oficialmente em levantamentos nacionais.
De acordo com o recém-concluído Censo 2010, do IBGE, existem hoje 3,9 milhões de mulheres a mais que homens no país. São, ao todo, 97.342.162 mulheres e 93.390.532 homens. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE de 2006, seja no setor público ou privado, as mulheres ocupam principalmente a base da pirâmide em cargos de menor qualificação e remuneração. Já o rendimento médio das mulheres corresponde a apenas 65,6% do rendimento dos homens.
A primeira edição do programa, lançado para o biênio 2005/2006, foi dirigida apenas às empresas e instituições públicas e teve a adesão de 16 organizações. Destas, 11 cumpriram as metas e receberam o selo Pró-Equidade de Gênero no final de 2006. A segunda edição (biênio 2007/2008) abriu a participação às empresas privadas e registrou 100% de crescimento no número de organizações participantes. Em dezembro do ano passado, das 88 organizações que se inscreveram, 71 participaram do programa e 58 receberam o selo. Destas organizações participantes, 29% são do setor de minas e energia, 28% da administração pública direta e 43% são de outros setores.
A atual titular da pasta, ministra Iriny Lopes, assumiu o cargo no início do ano frisando, em seu discurso, o "tratamento decisivo" ao enfrentamento à violência contra a mulher e ainda não acenou para o prosseguimento do programa. Ao longo de todos estes anos, ele pode ter passado despercebido da grande maioria da população, mas o seu resultado é importante para garantir que haja um mínimo de igualdade em uma sociedade ainda tão desigual.
O Brasil é um país de contrastes, como há muito se sabe, mas há alguns deles que, apesar de menos visíveis, representam entraves no desenvolvimento da nação como um todo, seja ele social ou econômico. Entre estes entraves está o tratamento diferenciado aos negros e brancos, às mulheres negras e às brancas, aos integrantes das diferentes classes, aos homens e mulheres. Iniciativas como estas precisam ter continuidade e contar com a adesão voluntária de um número cada vez maior de empresas, tanto públicas quanto privadas, para que o conceito de equidade (não apenas de gênero) saia do papel e vire prática, consolidando uma das 13 diretrizes propostas pela presidente eleita Dilma Rousseff, que é o de "promover a igualdade, com garantia de futuro para os setores discriminados na sociedade".

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